sábado, 9 de fevereiro de 2013

Síndrome do Mundo Mau

Esta semana descobri que surgiu um novo síndrome chamado Síndrome do Mundo Mau. É mesmo este o nome. E acho que é bastante esclarecedor do que se trata.

O Síndrome do Mundo Mau acontece "quando um indivíduo altera o seu comportamento em função daquilo que dizem as notícias, sentindo-se em perigo e com medo e optando, cada vez mais, por não sair de casa".

É provável que conheças alguém que ache que tudo é mau. Desde os hospitais que nunca funcionam, aos polícias que são todos corruptos e os políticos uns impostores gananciosos. Tende a achar que o Mundo vive numa espiral de desgraças e que apenas uma ínfima percentagem da população é que tem uma vida minimamente feliz e com condições.

Poderá ser apenas um pessimista revoltado que, apesar de achar que o Mundo está na lama, vive a sua vida tranquilamente a mandar um bitaite aqui e ali. 

Mas o que se tem vindo a observar é que há gente que deixa de conseguir prosseguir  normalmente o seu quotidiano, por achar que o Mundo para lá da porta da sua casa está um caos, com toda a gente a viver miseravelmente.



Na breve recolha de informações sobre este síndrome, li que, apesar de se verificar em várias faixas etárias, aparece principalmente a partir da meia-idade com sintomas como depressão, ansiedade e aumento de peso, sendo as crianças também muito vulneráveis: ouvindo as notícias alarmistas dos telejornais, preocupam-se excessivamente com a possibilidade da sua família vir a ficar sem dinheiro.

Efectivamente, com o bombardeamento de más notícias que levamos em todos os telejornais (todo o santo dia!), ou se tem uma estrutura psicológica razoavelmente estável que nos permite avaliar o Mundo num todo, descentrando-nos da família cuja casa vai ser hipotecada, ou começamos a viver num estado pessimista tal, que o pânico provocado por um hipotético aumento de impostos ou um possível desemprego dos nosso pais, nos impede de ter uma vida minimamente tranquila.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Como poupar 20€ em tempos de crise

Desde que o Papão atacou a Europa e deixou muitos países com medo do escuro e a precisar da ajuda e apoio dos pais (não se preocupem, já terminei a metáfora), muita gente resolveu apostar nesse nicho de mercado. Começou, então, a chuva das dicas de como poupar.

Há uns dias estava a ouvir uma senhora, num daqueles programas da tarde, que tinha acabado de lançar um livro. O seu conteúdo consistia em várias sugestões para economizar com pequenas mudanças no quotidiano.

A entrevistada ia enumerando algumas delas, como se estivesse a falar da descoberta do ovo de Colombo.

“Ah existem espaços ao ar livre onde posso fazer exercício, em vez de gastar dinheiro num ginásio?!”
“Não preciso de ir a restaurantes?!... Ah posso cozinhar em casa?!... Espera, e ainda é mais saudável?!”
“Se eu usar uma marmita onde coloco o almoço quando vou trabalhar, posso poupar muito no final do mês?! Incrível!”
 ….

Será esta a estupefacção que esperam do espectador ou leitor?

Quando alguém aborda este tema nos meios de comunicação, a conversa é sempre a mesma. Como se quem necessitasse de poupar não fizesse isso naturalmente, sem precisar que alguém os ilumine com estas ideias geniais...

Se as dicas não são aplicadas não é por falta de conhecimento, mas sim de motivação.Quando existe, de facto, a vontade/necessidade de economizar, certamente que estas dicas são incluídas no dia-a-dia, sem se pensar muito sobre isso.

Nota: Se não comprar livros de "como poupar" poderá poupar até 20€ no final de determinado mês.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Para mau entendedor, qualquer palavra basta


Existe uma panóplia de estrangeirismos em anúncios publicitários, não vindos do outro lado das margens do território português, mas de cientistas com tubos de ensaio na mão que, para quem está na área de economia como eu, é uma imagem num plano tão ou mais distante que qualquer país do Mundo.

Essas palavras, estranhas a muita gente, quase sempre alatinadas, deviam ficar por esses lados: nos laboratórios, em livros e nos rótulos dos medicamentos e cosméticos.

Flavonóides Venotónicos, L-Casei Imunitass, Bifidus Activus, Vitamina Pró-V... Já as ouviste umas quantas vezes.

A questão é: será que esta informação de carácter tão científico traz algum acréscimo à probabilidade de virmos a comprar qualquer produto?

Penso que não, mas acho que sim.

A verdade é que, apesar de 70% das pessoas que vê televisão (todos temos um INE dentro de nós) não saber definir cada um destes vocábulos, a mensagem- a aparente eficácia do produto- é transmitida, apenas por nos levar a pensar que, se contém a substância de nome esquisito, então... é qualquer coisa.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Uma brincadeira que acabou mal...


“Após a notícia da morte da enfermeira, os dois locutores da rádio australiana foram afastados. Através da sua página do Facebook, rádio ‘2Day FM’ de Sidney escreveu ter decidido que [os dois locutores] não regressem ao seu programa até nova ordem, num sinal de respeito pelo que só pode ser entendido como uma tragédia. A rádio australiana disse ainda que ficou profundamente aflita com a trágica notícia da morte de Jacintha Saldanha, e aproveitou para deixar as suas "condolências à família da enfermeira e demais afectados pelo caso.” in Sábado

 
Num dia aparece a notícia de que dois locutores de rádio ligaram para o hospital onde a Kate Middleton estava, fazendo-se passar pela Rainha Isabel II e pelo Príncipe Charles; dias depois sabe-se que a enfermeira que "caiu" na partida se suicidou. Foi, simplesmente, repentino e chocante.

Tento não julgar o suicídio desta enfermeira porque, se o fez, foi porque estava realmente abalada com a situação, no entanto, existe uma certa dificuldade em conceber que uma simples brincadeira – de mau gosto ou não, fica ao critério de cada um – possa ter gerado o suicídio desta profissional, mãe de dois filhos.

Aqui fica o vídeo da “brincadeira”, para quem ainda não teve oportunidade de ouvir:


Foram longe demais... É a minha opinião.

Embora sinta compaixão por estes dois locutores de rádio que devem estar a sentir uma enorme culpa neste momento, acho que se deixaram levar pelo entusiasmo em relação ao sucesso de uma brincadeira que, à partida, não teria êxito e não pararam quando deviam. A partir do momento em que a enfermeira começou a revelar detalhes do estado de saúde de Kate Middleton, deveriam ter interrompido imediatamente.

Após a tragédia do suicídio da enfermeira, com aparente causa nesta partida, os locutores já deram uma entrevista, na qual mostram o seu total arrependimento:


Embora não tenham agido corretamente, não lhes atribuo culpa por aquilo que aconteceu.

Imediatamente após a notícia da morte da enfermeira, surgiu logo a teoria da conspiração. Alguns comentários davam a entender que teria sido "obra" da família real e afins. A meu ver, essa teoria não se aplica...

Confesso que gostava de entender o que estava por detrás desta partida que levou a enfermeira a um estado de desespero de tal dimensão... Em circunstâncias normais, penso uma partida deste género não levaria a algo tão trágico.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Dumbphones



A profecia concretizou-se.

Um telemóvel a 1€? Há uns anos, isto era inconcebível.

Eu ainda sou do tempo em que ter um telemóvel com toques polifónicos era um luxo e com câmara um sonho impossível de alcançar!

Quando este cartaz me apareceu à frente, fui imediatamente transportada para uma conversa com o meu pai, quando tinha uns onze anos, em que púnhamos a hipótese, num tom sarcástico, que, um dia, naquelas máquinas cheias de bolas com vários brindes, estaria também um telemóvel. Apenas 1€ e a probabilidade de sair um porta-chaves seria exatamente a mesma de sair um 3310.

Os 3310 extinguiram-se e os telemóveis ainda não chegaram às máquinas automáticas, mas a ideia principal – um telemóvel a um custo menor que dois cafés – acabou por se pôr em prática!

Em menos de 10 anos, os telemóveis evoluíram de tal forma que a existência de smartphones banalizou os que não o são.

Sendo que seria impensável existir um telemóvel a 1€ há escassos anos atrás, eu acredito que a evolução tecnológica continuará com o mesmo ritmo, ou até mais acelerado.

Algo me diz que, num futuro próximo, o ecrã do telemóvel servirá como frigideira e poderemos fazer ovos mexidos onde e quando quisermos. Parece demasiado utópico? Talvez não seja...

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Olha, vai à Merdkel!

E eu fui.

Por volta das 11h30 já se via no telejornal um pequeno ajuntamento, perto do Palácio da República.

A chegada da Presidente alemã ficou registada nas câmaras com apupos e palavras pouco agradáveis como banda sonora e vários cartazes em pano de fundo.

Vi o cumprimento entre a protagonista da manifestação e o nosso Presidente da República na televisão e, a partir daí, a minha visão do que estava a acontecer foi apenas a de quem se encontrava na rua.

Cheguei ao local onde decorria a manifestação e o que me chamou imediatamente à atenção foi este rapaz que se intitulava de Super-Tuga:


Os jornalistas que lá se encontravam pediam para lhe tirar fotografias e o super-herói posava, confiante do seu papel de salvador da pátria!

Eram 14h e pouco se passava. O conjunto de pessoas que lá estava era muito pequeno e a quantidade de jornalistas, grande parte estrangeiros, proporcional.

Aqui fica o ambiente que se via por esta altura:



Em frente ao Palácio não havia grandes motivos de interesse.

Resolvi, então, caminhar em direção ao CCB… Ainda tive, por momentos, uma mínima esperança que se pudesse lá entrar, mas quando vi as grades em frente a uma quantidade de polícias, quase maior que o número de manifestantes, a limitar um perímetro de segurança gigantesco à volta da área para onde iria a Angela Merkel, toda a minha ingénua esperança se desvaneceu.

O número de pessoas que estava nessa zona era igualmente baixo, em relação ao que se encontrava em frente ao Palácio da República.

Os comentários que se ouviam baseavam-se, quase todos, no descontentamento pela pouca adesão à manifestação.

“Não percebo! No facebook vinha toda a gente, mas afinal não veio ninguém! Eu tirei um dia de férias para estar aqui! Onde é que andam os desempregados, os reformados…?!”

De repente, começaram-se a ouvir bombos e palavras de ordem em altifalantes, vindos de uma marcha. A manifestação ganhou, então, forma, ainda que não a esperada por todos os contestatários.



Ao som do manifestante que liderava a marcha, o grupo foi para junto das grades.

“Juntem-se a nós!”, gritavam para os polícias, que se mantinham estáticos.

Derrubam-se as grades.

Queima-se o boneco da Merkel.

E as palavras de ordem continuam!

Muitos apelam a um novo 25 de Abril, enquanto outros vão gritando aquilo que os revolta.



No geral, a impressão com que fiquei foi que, apesar do descontentamento visível por todos os que lá se encontravam, a manifestação não tomou as proporções esperadas por aqueles que se foram expressar.

Neste momento encontro-me no Starbucks a redigir este texto. Aquele ajuntamento de umas 200 e tal pessoas já se pode ter tornado na manifestação do século e causado milhares de mortes e feridos graves.


Se assim for, sinto-me feliz por ter conseguido escapar ilesa. Uff.

domingo, 11 de novembro de 2012

Expressões-chave nas aulas

Todos nós, jovens estudantes, sabemos o quão difícil é estar numa aula quando não estamos a prestar atenção ou não percebemos a matéria.

Estar atento numa aula só trás coisas positivas: o tempo parece passar muito mais rapidamente, podes participar (e isso faz-te render uns pontinhos extra na avaliação) e não precisas de estudar tanto antes dos testes porque o teu cérebro já reteve o essencial do que foi dito.

Mas existem sempre aquelas aulas em que por mais que tentes ouvir uma frase completa do professor, distrais-te a pensar que tens de estar atento e quando pensas "bolas, já me perdi", começas a questionar o porquê da tua existência. Até que acabas por chegar à concl... e a aula acaba.

 Nessas situações, existe uma lista de expressões bastante úteis!

Ei-las:

“Já percebi! É só juntar o coiso, multiplicar, e dá isso!”

“ahhhhhhhh é assim.”

“No fundo, isto está tudo ligado, não é?”

“Fogo… Isto é básico…”

“Isto é igual àquilo do coiso… É muita fácil”


Expressões como estas vão dar a entender que estás a perceber perfeitamente coisas deste género e irão disfarçar a tua ignorância momentânea.


Pffff básico...