quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Para mau entendedor, qualquer palavra basta


Existe uma panóplia de estrangeirismos em anúncios publicitários, não vindos do outro lado das margens do território português, mas de cientistas com tubos de ensaio na mão que, para quem está na área de economia como eu, é uma imagem num plano tão ou mais distante que qualquer país do Mundo.

Essas palavras, estranhas a muita gente, quase sempre alatinadas, deviam ficar por esses lados: nos laboratórios, em livros e nos rótulos dos medicamentos e cosméticos.

Flavonóides Venotónicos, L-Casei Imunitass, Bifidus Activus, Vitamina Pró-V... Já as ouviste umas quantas vezes.

A questão é: será que esta informação de carácter tão científico traz algum acréscimo à probabilidade de virmos a comprar qualquer produto?

Penso que não, mas acho que sim.

A verdade é que, apesar de 70% das pessoas que vê televisão (todos temos um INE dentro de nós) não saber definir cada um destes vocábulos, a mensagem- a aparente eficácia do produto- é transmitida, apenas por nos levar a pensar que, se contém a substância de nome esquisito, então... é qualquer coisa.

2 comentários:

Unknown disse...

É tipo a denominada "Alcachofra de Laon", da GigaShopping. Ninguém sabe ao certo o que é mas, segundo o anúncio, "possui multi-benefícios para a saúde, incluindo redução de lípidos, antioxidante, hepato-protetor, colerético, bem como auxiliar na dispepsia e dor abdominal". Alguém percebeu alguma coisa? Não. Mas, com tantos "multi-benefícios" com nomes que não se entendem, deve ser bom, portanto as pessoas compram.

Gostei do Blog. Estou a seguir. ;)

Catarina Amaro disse...

É verdade! Toda a gente ouve mas entra por um ouvido e sai por outro. É tão natural que já ninguém se questiona o que aquilo é...

Muito obrigada!