sábado, 10 de março de 2012

Momento de reflexão...

O surgimento do assunto que irei abordar neste post foi fruto de uma semana longa, cheia de trabalho. Se não acabei num hospital devido a um esgotamento nervoso, foi por mera piedade de Deus Nosso Senhor.

O stress pré-testes, a falta de tempo, o cansaço… são coisas que a mim me assistem nas alturas em que tenho de fazer uma ginástica cerebral para arrumar todas as questões e conceitos em gavetinhas no cérebro, conseguir relacionar tudo e, ainda, saber expor o meu raciocínio, num tempo limite, para provar que sei o que foi dado nas aulas.

Esta situação não é, como sabem ou calculam, agradável. 

Neste post vou então expor a minha reflexão acerca do modelo de ensino praticado hoje em dia que, a meu ver, teria de sofrer algumas mudanças estruturais.

Eu não queria ir por um caminho de ideias cujo utopismo é tal, que chega a roçar o ridículo, mas existem matérias sobre as quais não tenho total conhecimento e poderei, por vezes, adotar uma a atitude demasiado distante do real e do possível. Por isso poderemos dizer que as ideias que serão aqui expostas apenas são indubitavelmente possíveis num plano teórico, tendo em conta que não tenho as informações necessárias para validar o seu valor prático.

Vamos então começar com a primeira ideia: abolir o conceito de escola como a conhecemos e transformá-la em algo menos doloroso para alunos e professores.

O meu protótipo de escola ideal seria uma espécie de centro de explicações. Isto porque cerca de 50% das matérias lecionadas não precisam de alguém que as lecione, mas sim alguém que possa tirar as dúvidas ao aluno após o seu estudo a priori.

Este modelo de ensino teria vários prós: mais tempo livre para os alunos e professores, menos stress e menos tempo desperdiçado a ouvir alguém falar sobre coisas que já ouvimos fora do meio escolar.

No entanto, também existem oposições a este sistema: os alunos teriam de ser bastante responsáveis, visto ser um modelo sem faltas de presença e, provavelmente, haveriam mais desistências escolares tendo em conta que não seria de caráter obrigatório.

Este paradigma dá a entender que haveria uma regressão daquilo que várias gerações têm andado a construir. Uma sociedade mais habilitada academicamente tem sido o objetivo desde sempre.

Mas será que é preferível ter uma sociedade academicamente mais habilitada, com mais conhecimentos teóricos, em detrimento de uma sociedade mais feliz, produtiva, com mais horizontes?

Acho que é importante pensar nisto.

A minha segunda ideia seria haver mais professores a dar aulas de certas disciplinas.

A matemática do ensino secundário, por exemplo, é uma disciplina do tipo “salve-se quem puder”. As dúvidas por parte dos alunos são constantes, mas o seu esclarecimento nem sempre é possível devido ao número de alunos (com dúvidas) em relação ao número de professores que as poderão esclarecer, neste caso, um. 

No que diz respeito às avaliações, eu acho que seria mais justo avaliarem os alunos com uma mini-ficha no final da aula, com exercícios sobre a matéria que foi dada, em vez do modelo dos testes, em que um período inteiro se baseia no que demonstramos nos 180 minutos em que realizamos os dois testes.
Agora vejamos como seria esta sociedade, tendo em conta que era posto em prática o modelo de escola que sugeri há pouco.

Em primeiro lugar, os jovens teriam mais tempo livre. Este tempo livre seria dividido em: tempo dedicado ao estudo em casa, tempo para esclarecimento de dúvidas na escola (se as houvesse) e tempo dedicado à vida social.

Com mais tempo livre, os alunos poderiam dedicar-se mais ao estudo essencial, acabando com aquelas horas "mortas" de alguma aulas desnecessárias do sistema de hoje em dia.

Se surgissem dúvidas durante este estudo poderiam então deslocar-se à escola. A disponibilidade dos docentes seria igual à disponibilidade dos professores dos centros de explicação. Eu penso que a única diferença residiria no facto deste novo modelo ser sustentado pelo Estado, tal como a ideia de escola pública que hoje concebemos, mas funcionar como um centro de explicações pago.

Outro benefício deste novo sistema educativo seria o aumento da percentagem do tempo livre ocupado com a vida social e projetos pessoais. Isto levaria a que os jovens pudessem dar asas aos seus talentos e criar novas ideias úteis para a sociedade.

Numa perspetiva fria, tendo em conta somente os benefícios para a economia, não referindo a felicidade e o bem-estar que tudo isto traria para os adultos do futuro, podemos dizer que a criação de novas ideias e projetos poderia ser algo que combateria o desemprego, pois diminuiria o número de qualificados "à força" sem vocação para aquilo que iriam estudar e, pondo em prática as tais ideias e projetos, criar-se-iam novas empresas, dinamizando a economia.

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