terça-feira, 23 de outubro de 2012

Romney and Obama Show



Há uns dias, os candidatos à presidência dos EUA fizeram um jantar de beneficência que, ao que parece, já é uma tradição nas eleições dos Estados Unidos há mais de 60 anos. Nesse jantar é também um clássico os dois candidatos fazerem uma disputa com anedotas.

Eu não tenho acompanhado todos os pormenores destas eleições até porque não é algo que me interesse assim tanto, no entanto vou estando relativamente ao corrente da situação com o que me salta à vista nos meios de comunicação.

Ao contrário do que acontece em Portugal, em que os políticos adotam todos uma postura muito formal e distanciada, sem grandes "fait divers", nos EUA os políticos recorrem ao show bizz para captar o maior número de eleitores.


 Há 4 anos, o Barack Obama estava a disputar o lugar que agora ocupa, contra o McCain. A campanha com o slogan "Yes, We Can" foi um êxito.

Lembro-me de chegar a ter no meu mp3 uma música cantada por vários famosos, cuja letra era somente o discurso do Barack Obama.

 Ei-la:


Comparar Portugal aos EUA no que diz respeito à política (e a muitas outras coisas) é muito difícil. Não são só as nomenclaturas que mudam, toda a organização é diferente! Mas o que chama mais atenção às pessoas que, como eu, não estão muito dentro dos assuntos políticos estrangeiros são as diferenças de postura e comportamento dos políticos.

Ao contrário do que acontece em Portugal, nos EUA existe um enorme patriotismo. Vêem-se bandeiras nacionais à porta das casas (cá em Portugal isso só aconteceu porque um brasileiro nos mandou), nota-se que têm orgulho no país e o respeito pelas figuras que o representam é bem mais visível.


Acontecerem cá em Portugal algumas situações que ocorrem com naturalidade nos EUA é algo inconcebível.

Toda a campanha de marketing associada aos candidatos americanos leva a que estes sejam encarados como mais umas "estrelas" e, como tal, são convidados a ir aos talk shows mais populares como o Late Night Show, Ellen DeGeneres, Oprah etc... e são entrevistados de um modo informal e descontraído.


Cá em Portugal, os nossos representantes apenas são entrevistados em canais de informação ou no telejornal dos canais generalistas. O tipo de entrevista é sempre do género "é? não é? explique-se." e quem as vê está sempre à espera do momento certo para gritar um "gatuno! devias era estar na prisão!


O paradigma português é muito diferente do norte-americano. Seria impensável o Boss Ac, por exemplo, produzir uma música durante o período eleitoral, apelando ao voto no nosso atual Primeiro-Ministro sem que esta fosse uma paródia musical.

Ao contrário da realidade dos Estados Unidos, em Portugal a classe política é só mais um motivo para fazer anedotas e o ódio pela mesma parece ser o único sentimento possível.

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