sábado, 22 de setembro de 2012

Taxonomia dos professores



AVISO: Qualquer semelhança com a realidade ocorrida no Colégio S. Francisco Xavier ou na Escola Secundária Rainha D. Amélia é pura coincidência.

  
1. O professor obcecado pelo rigor

Estes professores raramente dão boas aulas. A obsessão pelo rigor e pelo cumprimento das regras sobrepõe-se a qualquer outro objetivo dentro da sala de aula.

A caricatura desta "personagem" é alguém que se coloca num nível exageradamente superior ao dos alunos, evita o máximo de contacto pessoal com esses seres, claramente, inferiores e reclama com coisas como:

 "A pedir uma caneta ao seu colega do lado, num volume de 0,02 dessibéis?! Como se atreve?"

"Porque é que não tem as costas num ângulo de 90º com as suas coxas?"

“Posso saber porque é que estão todos a arrumar? Ainda faltam 2 segundos para terminarmos a aula!”

 Este tipo de professores são extremamente irritantes, diria até que é o género que mais abomino.

O facto de chamarem à atenção por dizermos três palavras num volume mínimo é mais desestabilizador para a turma do que aquilo que dizemos; termos as costas a 90º durante 90 minutos é uma tarefa quase impossível… e não são 2 segundos que vão fazer com que saiamos da aula mais esclarecidos.



 2. O contador de histórias


 O tipo de professor "porreiraço". Sabemos mais da vida deles do que as próprias mulheres/maridos.

Nos primeiros 30 minutos da aula explica a razão do seu atraso:
"Desculpem o atraso, meninos, mas hoje fui pôr o Vasquinho à escola. Nem imaginam a birra que ele fez. Tive de ficar lá à espera que a Dona Irene aparecesse para ver se ele me largava. Ele gosta muito da Dona Irene, um dia quando o fui buscar à escola até lhe perguntou se queria vir para casa connosco (...)"

Depois, ao longo da aula vai dizendo pequenos tópicos sobre a matéria, intercalando sempre com apartes sobre a sua vida:
"E foi então que, em 1945, os aliados invadem a Alemanha... Estive lá no ano passado. É um país bonito, mas as minhas filhas não gostaram... Este ano, o meu marido já marcou férias no Brasil (...)"



3. O professor "que se está a lixar"

Chega à aula. De costas para a turma, caneta no quadro e livro na mão, começa a vomitar matéria. Não quer saber de qualquer tipo de problema pessoal do aluno. Só se preocupa em “dar o que está estipulado no programa”.

Uma conversa possível entre um aluno e este tipo de professores:
 
Aluno: Bom dia professor. Não tenho vindo às aulas porque a minha casa foi assaltada, assassinaram os meus pais e estive 2 meses em coma.

Professor: Está bem. Traz o atestado médico e começa a passar as aulas em atraso pelo teu colega.




4. O professor “carismático”

O adjetivo “carismático”, na minha opinião, é o melhor eufemismo para quando não queremos faltar ao respeito a alguém.

Uma pessoa com carisma é alguém com uma personalidade vincada. Destaca-se da maioria.

Ser diferente, ter atitude e personalidade muitas vezes é positivo, mas quando se é professor há uma linha muito ténue que separa o carisma do ridículo.

E agora perguntam vocês… “Mas porque é que com os professores é diferente? São criaturas extraterrestres?”

 Quase.

O que acontece é que um professor tem a chata tarefa de estar a falar para 30 jovens entediados.

Os jovens já por si só têm vontade de se divertir e rir por mais pequeno que seja o motivo. Se o professor estiver constantemente a mandar piadas secas, a contar histórias sem relevância nenhuma para a aula e a ter atitudes exageradas para determinadas situações, será quase inevitável que esses 30 jovens entediados deixem passar esse “professor carismático” despercebido.


5. O professor ideal

Sim, também há bons professores. Eu já tive a sorte de me cruzar com alguns.

Estes professores conseguem estabelecer com os alunos os devidos limites e não o fazem pelo caminho do medo, mas sim pelo respeito mútuo.

É muito difícil que haja aulas sem qualquer tipo de incidentes, mas se os alunos estiverem verdadeiramente interessados naquilo que o professor está a dizer (e isso depende bastante da maneira como é transmitido, e não só do conteúdo daquilo que é dito), a probabilidade de haver “conversas paralelas”, de que tanto os professores se queixam, é bastante menor.

Eu acho que cada aluno tem o seu género de professor favorito.

No meu caso, o meu professor ideal é aquele que consegue fazer com que eu não dê pelas horas passar dentro da sala, que faça com que eu chegue às vésperas dos testes e não tenha que marrar intensivamente porque o que ouvi nas aulas foi suficiente,  que não seja obsessivo com o rigor e com as regras na sala, que nos coloque à vontade para expormos as nossa dúvidas… ah… e que cumprimente os alunos nos corredores, acho que fica sempre bem. 


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