Hoje assisti a um momento hilariante entre dois típicos ‘tugas’.
Um homem, dentro de uma carrinha, pára a sua viatura para se
dirigir a um outro homem que estava a passar na estrada:
- Então meu filho da p*** como é que estás???
Ao que o outro, entusiasmadamente, responde:
- Olha-me este cab***! Tá tudo bem pá, e contigo?
Depois de assistir a este diálogo, o pensamento que me surgiu foi: “tanto carinho que vai para aqui!” E não estou a escrever isto num modo sarcástico, notava-se, de facto, uma troca de afetos naquele pequeno diálogo.
Existem várias maneiras de dizer a alguém que gostamos
delas. Uns demonstram-no fisicamente, com beijinhos e abraços, outros
verbalizam-no, outros mostram-no através de atos que provocam bem-estar na
pessoa que gostam…
E depois há este modo, usado, essencialmente, entre
homens, que consiste em ver quem diz os piores insultos, muitas vezes com uns calduços à mistura.
Não é preciso ser um grande sociólogo para perceber porque é que os homens fazem isto. Enquanto que as mulheres podem dar beijinhos e dizer "gosto muito de ti" à vontade, os homens, se o fizerem, não estarão dentro dos padrões de normalidade da conduta masculina, estupidamente impostos.
Por isso, por mais que um rapaz goste de um amigo, nunca lhe vai dizer "olha, gosto muito de ti, sabias?"... E é por isso que, muitas vezes, surgem diálogos como aquele a que assisti hoje.
Mas, apesar da escolha das expressões usadas para se cumprimentarem, não tenho dúvidas que ambos os intervenientes, quando acabaram de se insultar mutuamente, pensaram: "pá, este gajo é mesmo porreiro!"...
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