Se fores do sexo feminino e tiveres entre 12 e 25 anos, há quase 100% de probabilidade (apenas não digo 100, para que não haja a possibilidade de alguém se sentir aparte) de já teres visitado ou ouvido falar das seguintes páginas no facebook:
Passas
lá horas a esmiuçar todos os pormenores mais detalhados de cada peça de
roupa, a ler frases “inspiradoras”, sempre atenta aos comentários e
opiniões que vão surgindo, não é verdade?
Se assim for, de certo que já reparaste em alguns ideais que tentam ser transmitidos através de imagens, fotografias e frases.
Eu
não quero ir por um caminho conservador, que reprova todo o tipo de
“desvios” e que não admite um excesso de vez em quando. Apenas quero,
com este post, abrir horizontes e conseguir transmitir uma outra
perspetiva daquilo que é exposto nestas páginas e que muita vezes leva o
nosso inconsciente a idolatrar pessoas, atos, ideologias que, noutro
contexto, não o faria.
Estas
são, apenas, algumas das muitas fotografias extraídas das páginas que há
pouco enumerei, que apelam ao consumo do tabaco e das famosas “ganzas”.
Estas imagens remetem-me para algumas décadas atrás, em que o
ato de fumar era considerado um símbolo de estatuto social. Nos filmes e
nas poses para as fotografias, estrelas como, por exemplo, o Marlon
Brando, apareciam sempre com o belo do cigarro na boca ou na mão, quase
como um acessório indispensável para uma boa imagem.
Esta
ideia de charme associada ao tabaco foi-se desvanecendo, ao mesmo tempo
que começou a surgir a consciência de que o tabaco causava vários danos
na saúde e que esses danos não eram insignificantes o suficiente para
serem ignorados em prol da moda.
Eu
não vivi, ainda, anos suficientes para conseguir avaliar a evolução, década a
década, da generalidade da mentalidade da população em relação a este
assunto, apenas o posso fazer através de fontes históricas.
Com
os dados que me são fornecidos, a ideia que tenho é que apenas a partir
dos anos 80 começou a haver uma consciencialização para a mortandade a
que o tabaco e as drogas levaram nas décadas anteriores.
Nos anos 90, manteve-se a postura anti-tabagista da maioria da sociedade.
No
entanto, há uns anos, comecei, inconscientemente, a pôr de lado a ideia
de fumar associada a pessoas com mau aspeto, mal arranjadas, de um
estrato social baixo e comecei a associá-la a pessoas do extremo oposto.
Se
me tivesse deixado levar apenas pela imagem que o ato de fumar me
transmitia e não tivesse em conta o conhecimento sobre os
danos futuros que me iria causar, hoje seria mais uma rapariga
dependente do tabaco, que foi incapaz de resistir à tentação de entrar em
mais uma moda.
Certamente
que foram imagens como aquelas que há pouco mostrei que me inculcaram
esta ideia, que sei que é errada, embora seja incapaz de a
inverter por estar instalada no meu subconsciente.
Neste
caso, posso dizer que o meu lado racional conseguiu vencer o lado
impulsivo e que a minha vontade de não ser adita,
se sobrepôs à minha ideia de estética.
Mas
as imagens e fotografias que incentivam os jovens para comportamentos
“desviantes” não têm apenas a ver com vícios como o tabaco, drogas ou
álcool.
Imagens como estas levam, também, a uma mudança total nos nossos padrões de estética:
É
outro aspeto que não consigo ignorar. Passei a gostar da estética
associada a esta magreza extrema, algo que há uns anos reprovava.
Diria
que 7 em cada 10 raparigas da minha idade dariam tudo para ter menos 5
kgs, mesmo que já estejam num peso abaixo do saudável.
As
roupas que estão na moda são feitas para um determinado peso. Se não o
conseguimos atingir, não podemos usá-las. Ou até podemos, mas não irão
ficar bem.
Há uns dias andava a navegar no inspire me, quando me deparo com esta imagem e os respetivos comentários:
Já
me questionei acerca do porquê dos estilistas e de todos os que
contribuem para o lançamento das modas, continuarem a contratar modelos
com proporções distanciadas das da média das mulheres de todo o mundo,
mas não encontro resposta.
No
entanto, em relação ao incentivo ao tabaco, ponho a hipótese que
poderão ser manobras de marketing, muitos subtis, das empresas
fabricantes de tabaco.
Esta
teoria poderá estar errada mas, o que é facto, é que, se essas empresas
não estão ligadas a nenhuma destas manobras, que levam milhares de jovens
a largar milhões de euros nos seus cofres, bem que podem agradecer a
quem o está a fazer.
Sem comentários:
Enviar um comentário